Algumas coisas na vida a gente realmente aprende e pronto. De certa forma, nunca mais esquecemos e fazemos de forma automática. Exemplo disso é dirigir carro ou andar de bicicleta.
Do ponto de vista psicológico, temos dois sistemas na nossa cabeça. Um é primitivo, intuitivo, impulsivo e automático e o outro é lógico e racional. Algumas coisas aprendemos usando o sistema lógico e depois, de tanto praticar, o conhecimento migra para o sistema primitivo.
Com investimentos, muita coisa vai para o sistema primitivo, mas o processo de decisão precisa passar pelo crivo lógico. Evitar emoção e impulsividade é uma questão necessária pra preservar e rentabilizar o seu patrimônio.
Aqui vai uma primeira conclusão sobre o aprendizado de investimentos. Você precisa aprender coisas básicas como o vocabulário. E isso vai, com o tempo, ficar no sistema primitivo, automático.
Agora, quanto, quando e como comprar um determinado ativo nunca deve sair do seu sistema lógico. A consequência disso é que será sempre um processo lento, ponderado, lógico, racional e calculado.
Como não temos matérias sobre investimentos nas escolas, em geral, decidimos aprender quando já temos algum recurso pra investir. E daí bate insegurança porque você precisa aprender enquanto já está investindo.
É perfeitamente possível investir sem saber muito a respeito, simplesmente contratando um profissional. Mas pode ser que você acabe sofrendo um tanto nesse processo. Então, vale a pena tentar aprender o máximo e não delegar totalmente pra um profissional que você talvez nem tenha bagagem pra julgar se ele é bom ou ruim.
Se você é um iniciante nos investimentos, talvez não consiga nem saber o que você não sabe. Vou falar o mínimo que você precisa saber. Juros pré e pós-fixados. Inflação. Moedas. Risco de crédito. Ações. Fundo imobiliário. Se, dessas palavras que eu te falei, alguma você simplesmente não tem a menor ideia do que seja, então pare tudo e aprenda sobre isso.
Agora, muito provavelmente você já sabe algumas coisas básicas e a sua busca atual é, na verdade, por aprender um pouco mais sobre os diversos mercados existentes. E o que significa “um pouco mais”? Significa aprender o que você PRECISA saber pra decidir QUANTO aplicar em cada classe de ativo.
Eu não tou falando sobre COMO ou QUANDO aplicar. O “quando” aplicar é difícil de responder porque ninguém sabe o futuro. Então é melhor você nem gastar tanta energia tentando responder isso. E o “como aplicar” é simples de resolver porque é uma questão operacional. É só falar com o seu assessor ou ligar na sua corretora que vão te explicar como fazer.
Agora, finalmente, como aprender sobre investimentos? E aí basicamente você tem três maneiras e que se complementam. A primeira é consumir materiais pela internet ou ler alguns livros.
Essa é uma forma bem interessante e é o que chamamos de aprendizado teórico. As outras duas são práticas. Uma delas é simplesmente começar ou continuar a investir.
Quando você aplica o seu dinheiro, acaba aprendendo uma série de coisas. Desde como é o operacional do investimento, até como você se sente ao ter um lucro ou prejuízo.
Esse aprendizado pela experiência vai complementar o que você já aprendeu de forma teórica. Agora, a terceira forma de aprendizado que eu quero falar é muito interessante, mas pouco explorada: simplesmente aprender observando os outros.
Nas tarefas que envolvem muita responsabilidade, o processo de aprendizado sempre passa por uma etapa onde o aluno fica observando o que o profissional experiente faz. O cirurgião não lê um livro e sai operando gente.
E esse aprendizado é tão potente que muitos pagam bem caro ou enfrentam um processo seletivo competitivo só pra poder acompanhar e observar alguém muito experiente. Então, se por um lado esse aprendizado é potente, por outro talvez ele seja o mais difícil de ser obtido.
Então, como aprender sobre investimentos observando ou acompanhando alguém mais experiente? Mais abaixo eu vou te dar uma dica muito bacana. Mas antes disso, vamos começar com uma possibilidade bem simples e efetiva, que é investir com uma pessoa mais experiente que você. Pode ser um consultor, um assessor ou um amigo.
Mas você precisa questionar essa pessoa sobre as experiências dela. Quanto ela investiu? Quais situações adversas ela já enfrentou? Pede um exemplo de um problema que ela resolveu e que simplesmente não está escrito em livro nenhum, porque isso é experiência.
Existem outros mecanismos de observação que são um pouco mais indiretos. Leitura de biografias de investidores pode ser muito produtivo. Vídeos no Youtube com entrevistas de gestores, especialmente falando sobre como lidaram com crises.
E agora vai a dica: você sabia que dá pra ver a carteira inteira de um fundo de investimento específico? E isso é de graça lá no site da CVM. Ou seja, você pode ver o quão diversificada é a carteira de um grande gestor. Em quais ações ele investiu. Não pra copiar, mas sim tirar algumas lições dali.
Então, a última grande conclusão que eu quero deixar é: invista ao lado de pessoas mais experientes do que você. Esse ao lado pode ser tão próximo quanto um assessor ou um amigo, ou pode ser mais distante como biografias e análise da carteira de alguns gestores.
Recapitulando brevemente, eu deixei três grandes conclusões pra você. Você vai aprender a investir, vai assimilar vários conceitos, mas a decisão de quanto aplicar em um determinado ativo será sempre trabalhosa no sentido de exigir um processo lógico, racional e calculado. Essa é a primeira conclusão.
A segunda é que você precisa aprender um pouco mais sobre cada classe de investimento. Como se tivesse numa escola. Você não pode se desenvolver apenas na classe que gosta mais ou que tem mais aptidão. Primeiro você precisa saber um mínimo necessário dentro de cada classe de ativo.
E por fim, a terceira conclusão é que você deve investir com pessoas mais experientes. Pode ser um assessor, um consultor, um amigo ou gestores através de entrevistas e acompanhamento da carteira no site da CVM.
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